“Cenas de um Pai, seu Filho e o PokémonGO – Um texto em duas versões”
1 - Versão resumida: Pode ser
muito legal jogar PokémonGO!
2 - Versão longa: Segue...
Cena 1
Numa terça-feira qualquer,
chego em casa de noite, após o trabalho. Meu filho, 14 anos, me convida: Pai,
vem comigo agora caçar Pokémon, a pé, pelas ruas do bairro, antes de jantar?
Topei. Caminhamos por dois quilômetros (soube depois) e, além de receber uma
aula inicial sobre o funcionamento do jogo, conversamos sobre diversos
assuntos, sem interrupções... Combinei que iria baixar o Pokémon no meu próprio
celular, para jogarmos juntos.
Cena 2
Jogo instalado, no final de
semana seguinte fomos juntos ao Parque do Povo. Caminhamos e corremos atrás de
Pokémons e PokéStops por duas horas; Dia ensolarado, o parque estava cheio!
Além de Pikachus, Charmanders e Pinsirs, havia também muitos humanos! De todos
os tipos, jogando Pokémon. Fiquei impressionado. Pais e filhos pequenos, avôs e
netos, casais de namorados, adolescentes em grupos, casais empurrando carrinho
de bebê, cadeirantes, pessoas das mais variadas idades. Todos jogando. Não eram
zumbis. Estavam interagindo e conversando.
Cena 3
Outro dia de semana, outra
noite após o trabalho, antes do jantar, meu filho: Pai, descobri que se eu
amarrar o celular num vagão de trenzinho elétrico em movimento ele choca os
ovos de Pokémon, sem precisar sair de casa! Vamos montar agora mesmo aquele
trem que era seu e experimentar? Novamente, topei. “Aquele meu trem” se trata
de um modelo elétrico, funcionando há 35 anos, mas que exige algum conhecimento
para ser montado. Aproveitei o momento para explicar para meu filho conceitos
básicos do funcionamento dos trens reais, eletricidade, condutividade, torque,
atrito, aceleração, inércia... Foi bem legal, e desta vez até a mãe participou,
todos nós empenhados em alcançar o objetivo de chocar os ovos do jogo. E não é
que funcionou? O jantar, no entanto, atrasou... Esquecemos até de comer!
Cena 4
Domingo. Dia nublado. Frio,
vento, garoa. Meu filho: Pai, podemos aproveitar que acordamos cedo para ir ao
Parque do Ibirapuera caçar Pokémons, que tal? Bora lá! Chegando ao parque, além
de raros ciclistas, caminhantes e corredores, fiquei surpreso ao contar por
volta de quinhentas pessoas caçando Pokémons! Com chuva e frio! Grandes grupos
se deslocando em busca de personagens raros e fugazes... Tem que correr para
chegar a tempo, antes que desapareçam... Novamente, não eram zumbis. O que vi
foram pessoas de variadas faixas etárias conversando animadamente, trocando
informações e, sobretudo, cooperando com os (desconhecidos) companheiros de
caçada... Senti-me realmente fazendo parte da história, em tempo real! Conversei
com diversas pessoas, mais velhos, mais jovens, pais sem seus filhos... Aprendi
com eles muitas dicas, táticas e orientações sobre aplicativos complementares e
tipos de celulares mais adequados ao jogo. De um rapaz de 16 anos escutei: “Normalmente
fico jogando vídeo games no meu quarto, não saio de lá. O Pokémon foi o
primeiro jogo que me tirou de casa...” Foram quase quatro horas de muito frio,
chuva, diversão e prazer na companhia do meu filho.
Cena 5
Dia dos Pais. Sol e céu azul.
Fomos eu e meu filho juntos de bike ao Parque do Povo e acabamos pedalando
também por toda a Vila Olímpia, localidade muito abastecida de PokéStops,
descobri. Novamente, muita interação com outros ilustres desconhecidos, de
todas as idades. Cinco horas de pedaladas e caminhadas, pai e filho.
Cena 6
Manhã de sábado. Parque do
Povo novamente. Desta vez com uma novidade. Além das caminhadas já
tradicionais, participei de minha primeira batalha. Os jogadores formam times
para capturar um determinado local. Estávamos lá, presencialmente, agrupados e
concentrados em conquistar um “Ginásio” imaginário, ali, bem na nossa frente,
visível apenas nas telas do jogo. Meu time: eu, 50 anos, e outros três
jogadores, de 16, 14 e... 8 anos! Foi uma experiência muito legal! De
PokémonGo, tiozão também pode participar...
Cena 7
Agora há pouco, de noite,
adivinhe... antes do jantar. Caminhando durante uma hora pelo bairro
encontramos um dos raros Pokémons, e cada um conseguiu capturar seu próprio
Dragonite! Jogando PokémonGO completei até aqui 10 Km de caminhadas e conversas
com meu filho. Recomendo a todos!
Por EduMancebo
15set16